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databasa 

A exposição coletiva databasa lida com uma ideia de rede, dentro do CANTO, esse novo espaço cultural de São Paulo. Não a convidativa rede que está no jardim, entre duas árvores, e sim a rede não menos balançante e acolhedora de pessoas interessadas no surgimento de uma plataforma para arte contemporânea. A Sala de Arte do CANTO, portanto, inaugura com uma proposta translúcida, revelando seu banco de dados (database). No caso, databasa, com A, pois o ponto de partida aqui é a BASA, uma rede remota de grupos de estudo, mentoria e articulação surgida no primeiro ano da pandemia.
 

Atualmente a BASA é composta por 28 artistas, divididos em cinco grupos (BASA1, BASA2, BASA3, BASA4 e BASA5), espalhados por 15 cidades, em 5 países diferentes. Os grupos partem de afinidades e questões compartilhadas para pensar o percurso individual de cada um de seus integrantes, mas também atuam coletivamente em projetos e pesquisas, pontuados por reuniões semanais através de plataformas online de streaming. Com a gradual saída da situação pandêmica, rapidamente as movimentações online passaram a se materializar fora das telas.

A coletiva databasa também pode ser entendida como uma snapshot (talvez clicada com uma Canon Autoboy N150) desse conjunto de grupos multidisciplinar e descentralizado que é a BASA. Um retrato que captura um momento especialmente interessante dessa organização experimental de artistas contemporâneos, no qual embaralham-se os recortes iniciais que formaram cada grupo. Artistas que estavam discutindo fotografia, adentram o desenho e a colagem, músicos pintam e fazem serigrafia, narrativas surgem de pesquisas abstratas e vice-versa. Um grupo olha para o outro, talvez em um momento de entendimento de que quanto mais vasta a rede e mais livre o trânsito, melhor.

Expostas na Sala de Arte, mas também transbordando para outros cantos do CANTO, mais de 50 obras em diferentes mídias apontam para as buscas específicas de cada um, além de se conectarem de diferentes formas entre si. A simples aproximação dos trabalhos provocou novas relações entre eles, em um Tetris expográfico jogado colaborativamente, enquanto as obras chegavam, em diferentes tempos, com suas demandas particulares.


Ao invés de inaugurar com um programa curatorial definido, a Sala de Arte do CANTO inicia suas atividades como espaço em constituição. Existe um ponto de partida, uma exposição inicial de uma rede de artistas declaradamente interessada no destino desse novo equipamento cultural, mas em busca de aproximação com outras movimentações e agentes do circuito artístico. Sim, cabe mais gente nessa rede.
 

 

                                                                                                  _Lucas Velloso

 

Artistas

BASA1
Helena Obersteiner, Luís Só, Wagner Olino, Gabriela Díaz Velasco, Ricardo Pereira, Artur Slama e Alexandre Cruz Sesper.

BASA2
Ivo Puiupo, Patricia Baik, Ian Indiano, Céu Isatto e Nicholas Steinmetz.

 

BASA3

Juan Pablo Mapeto, Luisa Dantas, Filipi Filippo, Lucas Cabu, Camilla Bologna, Lucas Rampazzo e Antonio Bokel.

BASA4
Samatha Oda, Alex Batista, André Calvão, Mauricio Kessler e Shinji Shiozaki.

BASA5
Antonia Roth, Giovanna Pizzoferrato, Eloar Guazzelli e Lídia Brancher.

                                                                                                 Junho de 2022.

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